A TICAL2015 se aproxima rapidamente e em nossa série “Cinco perguntas para” seguimos conversando sobre a Conferência com aqueles que foram personagens de destaque nas edições anteriores do evento. O entrevistado da semana é o equatoriano Rodrigo Padilla, que participou das quatro edições da TICAL até hoje. Engenheiro de Sistemas na Universidade de Cuenca, Padilla também participará em 2015 e nos conta um pouco sobre suas experiências nas versões passadas e sobre suas expectativas para a edição que será realizada nos próximos dias 6, 7 e 8 de julho, em Viña del Mar, no Chile.
Olá, Rodrigo. Conte-nos um pouco sobre você e sobre sua formação.
Olá! Sou Engenheiro de Sistemas, pós-graduado em Gestão de TI, Educação e Gestão Universitária. Há 20 anos venho trabalhando em Gestão de TIC para universidades no Equador. Trabalhei onze anos na Universidade Politécnica Salesiana, uma universidade privada que tem sedes em várias cidades do país. Há nove anos trabalho na Universidade de Cuenca, uma universidade pública que dá muita ênfase à pesquisa. Essas duas experiências me permitiram fazer parte de muitos processos de transformação vividos pelas universidades em nosso país, muitos das quais foram baseadas no uso das TIC.
Qual foi seu primeiro contato com as redes avançadas e como você avalia o desenvolvimento delas desde então?
Na Universidade de Cuenca fui delegado pelo reitor para representar a instituição no diretório de CEDIA (Consórcio Equatoriano para o Desenvolvimento de Internet Avançado), no ano de 2007. Desde então, me interessou muito o fortalecimento de uma rede que apoiasse a pesquisa no país. O CEDIA não foi somente uma rede técnica de Internet de alta velocidade, mas também uma rede de colaboração na qual participamos de experiências e projetos conjuntos.
Para citar alguns exemplos, no Equador o CEDIA já tem por vários anos um contrato único de Internet com o ISP para abastecer as instituições que são membros do Consórcio. Isso faz com que se maneje uma economia de escala para manter melhores preços e novos serviços. Outro exemplo são os programas CEPRA e CECIRA, que são programas de financiamento para projetos de pesquisa e capacitação, respectivamente, e que também são parte de CEDIA. Esses fundos estão fundamentados no uso da rede avançada e na colaboração entre varias instituições, fatores que são requisitos indispensáveis para a aprovação de projetos.
Em síntese, nos últimos anos CEDIA manteve um desenvolvimento significativo tanto em seus serviços como em sua organização interna, sendo, na atualidade, um pilar importante para o desenvolvimento da pesquisa científica nas universidades e instituições de pesquisa equatorianas. Em nível regional, CEDIA foi parte de grandes projetos colaborativos e, em alguns deles, foi exemplo de colaboração e participação.
Num contexto como esse, qual é a importância de TICAL para o desenvolvimento das redes e dos profissionais na área das TIC?
A TICAL começou suas atividades com o objetivo de potencializar o compartilhamento de experiências e a colaboração. Nos últimos anos, a Conferência cresceu muito em participação. No último ano, mais de 500 profissionais se reuniram para compartilhar e discutir temas relacionados com as TIC nas universidades.
As TIC necessitam ser aproveitadas de melhor maneira, para que sejam ativos importantes na educação e na pesquisa. O uso colaborativo dos recursos, a otimização dos custos e a integração das TIC no gerenciamento das universidades farão com que a pesquisa seja fortalecida; é aqui onde TICAL facilita o desenvolvimento dessas iniciativas. As apresentações de projetos desenvolvidos em várias universidades da América Latina e do mundo que estão presentes na conferência podem servir para iniciar processos de colaboração e melhorar rapidamente as TIC em nossas instituições. Por outro lado, as participações conjuntas com provedores de produtos e serviços tecnológicos facilitam o intercâmbio de ideias diretamente com esses grandes distribuidores.
Para os profissionais das TIC, a TICAL é um espaço para aprender de outras experiências e criar novos vínculos com pessoas relacionadas a este âmbito. O evento permitirá que adquiramos novas ideias para facilitar a integração das TIC na gestão das instituições.
Você participou das quatro edições de TICAL até hoje. Que lições você tirou das distintas experiências?
No ano de 2011, quando a Conferência foi lançada em Santiago, existia uma grande expectativa por parte de um grupo pequeno de profissionais de TIC de várias universidades, do qual tive a oportunidade de fazer parte. A TICAL, naquele ano, foi realizada na Cidade do Panamá, aonde houve uma importante participação. A expectativa daquele grupo se propagou e agora é sentida por muitas pessoas relacionadas com o uso das TIC nas universidades latino-americanas. Naquele ano, aprendi que iniciativas como TICAL, com propósitos claros e ambiciosos, podem ser alcançadas. Por outro lado, pude ver que os problemas que as universidades de nossa região enfrentam no que diz respeito às TIC são muito parecidos.
A TICAL2012 foi realizada em Lima e o tema de Governo e Governança das TIC gerou grande interesse. Não falamos somente sobre produtos ou serviços que podem ser implementados nas universidades, mas também sobre a necessidade de aplicar um modelo de gestão de TIC que permita realizar os objetivos interinstitucionais das universidades. Destaco ainda a participação de vários reitores que discutiram precisamente sobre a gestão das TIC nas universidades.
Em 2013, o evento, que aconteceu em Cartagena das Índias, na Colômbia, foi ganhando mais força, com a participação de mais de 400 participantes de toda a América Latina e de outros países da América do Norte e da Europa. Destaco aqui a cooperação existente entre as diversas instituições para o desenvolvimento de projetos e o interesse e a participação dos distribuidores de produtos e serviços de TIC. A mesa de discussão que contou com a participação de varias empresas do setor diante dos participantes também foi importante, pois permitiu que analisássemos as tendências da área e os pontos de vista de cada um dos expositores.
Finalmente, em 2014, em Cancún, TICAL teve uma participação impressionante. Um total de 40 trabalhos de excelente qualidade foram escolhidos entre mais de 150 trabalhos enviados para apresentação. Na TICAL2014, tivemos uma mostra do potencial existente para a colaboração e para continuar compartilhando experiências que se desenvolveram nas universidades.
Pessoal e profissionalmente, quais são suas expectativas para TICAL2015? E por que os equatorianos devem participar?
Num contexto “mutante” como o nosso, com a evolução das TIC, o dinamismo das universidades e dos próprios países na América Latina e no mundo, o incremento das possibilidades das telecomunicações e da colaboração, é necessário o uso das TIC como a base para alcançar rapidamente os objetivos das instituições universitárias. Neste sentido, na TICAL2015, que será realizada na bela cidade de Viña del Mar, se devem consolidar os espaços colaborativos para criar projetos interinstitucionais que poupem tempo e recursos das universidades.
Por outra parte, a criação e a gestão de grandes repositórios de informação (Big Data) que permitam ter informação precisa e oportuna, analisar tendências e facilitar a tomada de decisões por parte dos diretores das instituições, é um tema que deve ser revisado na Conferência.
Os profissionais equatorianos de TIC devem estar presentes na TICAL2015 para ser parte do debate mundial sobre as TIC nas universidades, para conhecer de primeira mão o que estão fazendo as universidades através das apresentações selecionadas e para propiciar e ser parte de redes de colaboração que permitam ampliar sua visão sobre as soluções que podem e devem ser implementadas em suas organizações.